30 de outubro de 2008


Quando era adolescente e me apaixonava, me metia a escrever aos meus amores e por meus amores... E agora vou registrar e relembrar esses belos momentos tão responsáveis pela mulher que sou hoje...



Di...Vagando...



Tantas palavras
Tantas bobagens
Mas que combinavam bem.

Tantos bares
Tantos lugares
Tantos sonhos espalhados pelo mundo.

Na magia da noite, dançar na rua,
cantar alto uma música errada
Fazer tudo o que o dia não permite. Ou quase tudo...

Uma lua crescente ( a primeira letra do teu nome)
Um olho verde e uma rua...
Um céu de estrelas coloridas
Uma lua comunista
Uma mão de artista...
Tudo desenhado num papel velho com uma caneta vermelha...
Mas a noite nos permitia ver todas as cores que quiséssemos...
Porque a noite, nossa! Como a noite nos amava...


( Quando eu era criança, ouvia os adultos falarem em fazer amor. Nunca entendia exatamente o que significava fazer amor. Eu só sabia que não podia perguntar pra mãe que ia ter "xingão." Então esperei, cresci e descobri...E valeu à pena esperar...Coitadas das freiras que levam a sério os votos de castidade..eh!eh!eh!)

Fazer amor...


Dá vontade de rejeitar a própria pele pra palpitar junto.
É a sensação mais deliciosamente violenta que não dura mais que essa curta e eterna vontade de ficar dentro um do outro...
É o desnudar do corpo e da alma, num único momento que nos mostramos tal qual somos, sem conseguir esconder nada, mesmo com as luzes apagadas...
Nada escapa. Tudo aflora... Verdade em sua plenitude.
E muito prazer no sentido exato da palavra...


Navegando...


Tu que me devoras com esses olhos cristalinos meus sete sentidos.
E guarda contigo meus mistérios, meus segredos, tão bem que nem mesmo eu os vejo.
Então já não me espanto se no lugar de pupilas vejo estrelas...e fico a navegar enquanto a maré me leva a qualquer lugar de um pedaço teu...


A casa da Lomba

Quando desperto assim: tranquila e imune o coração, já sei de tudo: é minha alma que esteve a noite a repousar naquele quarto de uma casa que existe em um mundo a parte deste. É a casa mais bonita, é o melhor recanto que já estive e vi... Quando se avista já de longe, é como se quiséssemos correr e abraça-la. É como se fosse o próprio esconderijo do herói que não pode revelar seu segredo. O mais belo e seguro esconderijo. De manhã o sol lá , é muito mais bonito. A plantação ao longe, o ar de novo dia, nos dá uma tranquilidade de gato e uma energia de vira lata, mesmo sendo o mais boêmio de todos. E o banheiro de manhã? É incomparável, nem mesmo as rainhas possuem um com tamanha beleza.. Ah! E o chimarrão à tardinha... Nos dá a sensação de missão cumprida e o papo flui desvairado, até chegar a noite e o breu tomar conta de tudo.Então podemos contar as estrelas e confidenciar a lua, pois as criaturas da noite são nossos cúmplices mais fieis. Todo aquele lugar é uma indigestão de beleza e aquela casa, não é apenas uma simples casa, mas a própria paz que tomava um pedaço de mim inteira...



Uma história para Adriano ( um menininho que conheci num dos carnavais de Laguna.Bons e inesquecíveis carnavais...)


Quarta-feira de cinzas amanhece. E Como nos anos anteriores, aderi ao Carnaval com essa alegria eufórica que vem não se sabe de onde e termina de repente na madrugada de quarta feira de cinzas. Um menino de rua passando no meio da multidão com uma pilha de copos plásticos usados, faz estagnar por instantes a alegria enlouquecida de Carnaval. A columbina de rosa, ao dançar mantinha um sorriso constante no rosto, que atingiu aquele menino e o convidou pra festa. Como que por encanto o Carnaval passou a existir pra ele e de algum ponto obscuro em seu coração veio a lembrança de um sorriso sincero, um carinho, alguma coisa além da indiferença que costumava receber das pessoas "grandes". Por instantes , a máscara de menor abandonado e marginalizado, com que ele enganara a todos e a si próprio, caíra-lhe. Quantos anos a usara sem tirar? Dez, doze talvez... E de cara limpa, ele dançou sua verdadeira dança junto com a columbina de rosa...
Mas agora a columbina se fora. Como mágica chegara de repente iluminado-lhe a vida por instantes.
E na manhã de quarta feira de cinzas, enquanto todos se preocupavam com o final do Carnaval e em como curar a ressaca, num cantinho qualquer do mundo, havia um garotinho mergulhado seriamente em suas lembranças, perguntando a si próprio, como iludir o mundo agora, principalmente o seu, como enfrentá-lo sem as máscaras já que o Carnaval que durara poucos minutos pra ele terminou e sua columbina de rosa nunca mais o reconheceria pelo mundo...

Um comentário:

Unknown disse...

E aí, Mor. Parabéns pelo teu Blog. Aquele que duvidar de tua capacidade, é porque não te conhece. Eu não duvido. Talvez não te conheço por inteeeeiiirinho, mas com certeza te conheço o bastante para saber de tuas potencialidades. Te admiro e respeito cada vez mais.
Beijos
Te amo
T...